Logística reversa na construção civil é um desafio

09/12/2015 09:42
Boa parte do resíduo sólido gerado é de pequenas construções ou reformas

 Os resíduos gerados pela construção civil representam mais de 50% do volume total dos rejeitos produzidos nos municípios, de acordo com pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo. O grande desafio é garantir que todo esse resíduo tenha destinação correta.

Boa parte das construtoras já faz a logística reversa adequada, separando os materiais e fazendo reaproveitamento. No caso das reformas e obras informais, a situação é diferente. Contratar uma caçamba para a gestão dos resíduos pode não ser o suficiente, de acordo com Walquiria Menna Brusamolin Santos, representante dos municípios no R20, grupo criado pelo decreto estadual 8656/2013 para implementação das políticas de resíduos sólidos.

É preciso saber se os resíduos tiveram a destinação correta. “A maioria desses rejeitos tem destinação irregular, em terrenos baldios ou para coleta convencional.” O preço, de acordo com ela, muitas vezes é um fator decisivo. “As empresas certificadas costumam ser mais caras, em média custam quatro vezes mais do que as sem certificação. A maioria dos munícipes procura pelo critério de preço e não checa a procedência do serviço”, explica.


Os descartes irregulares podem gerar penalidades para os caçambeiros e para o contratante dos serviços. “Existe corresponsabilidade na gestão dos resíduos. Mas é preciso construir um sistema de logística reversa que envolva geradores, recicladores, fabricantes e o poder público e que torne viável a correta destinação dos resíduos de construção”, alerta Walquiria.

Todos os elos da cadeia no processo

Os municípios devem disponibilizar manuais de como fazer o correto descarte. Não são todas as prefeituras que possuem os dados dos recicladores e coletores cadastrados. “O poder público municipal precisa elaborar planos de gerenciamento de resíduos para mapear a situação do município e poder informar os cidadãos como e onde fazer a destinação correta”, alerta Rodrigo Zacaria, coordenador do Comitê Gestor de Logística Reversa do Setor da Construção Civil e vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná.

De acordo com ele, os Sindicatos da Indústria da Construção Civil do Paraná estão trabalhando junto às suas bases para conscientizar sobre a importância da logística reversa. “Cada regional irá trabalhar com orientações para que cada município tenha seu plano municipal de gestão de resíduos. Os municípios que não possuem a regulamentação de aterro sanitário, ou seja, para onde levar esses resíduos, precisam se organizar.”, explica.

O Comitê Gestor de Logística Reversa do Setor da Construção Civil ligado à Fiep está fomentando o assunto e convidando todos os elos da cadeia produtiva para apoiar a execução das ações do plano de logística reversa.

Entre as funções do Comitê está dar suporte às prefeituras. “Se o poder público não participar, não será possível implementar o plano de logística reversa”, alerta o engenheiro civil e assessor técnico do Sinduscon Paraná, Ivanor Fantin.

De acordo com Zacaria, o próximo passo é envolver as associações de fabricantes. “Eles também precisam desenvolver mecanismos para a logística reversa de seus produtos”, explica.

Como contratar uma empresa para o descarte correto:

 - Consulte a prefeitura se há lista de empresas cadastradas
- Verifique com a empresa qual a destinação o resíduo

Poliane Brito

 

FONTE: www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,807226,Logistica_reversa_na_construcao_civil_e_um_desafio,807226,8.htm