Logística Reversa de Medicamentos: estrutura no varejo farmacêutico- ALUNO ANDERSON DUARTE

14/04/2015 18:08
Logística Reversa de Medicamentos: estrutura no varejo
farmacêutico
CECILIA JULIANI AURELIO
Universidade de São Paulo
ceciliajuliani@usp.br
RENATO FERREIRA PIMENTA
Universidade Nove de Julho - UNINOVE
renato.pimenta@uninove.br
HELENE MARIKO UENO
Universidade de São Paulo
papoula@usp.br
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Logística reversa de medicamentos: estrutura no varejo farmacêutico
Resumo: Medicamentos vencidos ou não utilizados oferecem riscos ambientais e à saúde pública
quando descartados inadequadamente no lixo comum e no vaso sanitário ou pia. A legislação é
direcionada somente para os estabelecimentos de saúde, e não trata do descarte de resíduos de
medicamentos pela população em nível domiciliar. A logística reversa propõe restituir ao setor
empresarial resíduos de medicamentos para destinação final ambientalmente segura. Este estudo
objetivou descrever a estrutura para logística reversa disponibilizada ao público consumidor em
drogarias. Foram pesquisadas quatro drogarias, cada uma pertencente a grandes redes do varejo
farmacêutico do Brasil. As drogarias foram investigadas nas esferas operacional, econômica,
institucional e educacional. Verificou-se que ações de logística reversa de medicamentos são
praticadas parcialmente, pois nem sempre atingem a totalidade de drogarias das redes. Existe
carência de disponibilização de equipamentos para o descarte específico destes resíduos e de
informações de educação ambiental para a população. No momento da venda dos medicamentos,
as orientações sobre o descarte destes não são contempladas, e as campanhas de educação
ambiental são pontuais. O presente estudo possibilitou a reflexão das potencialidades da logística
reversa de medicamentos como contribuinte para a educação ambiental da população e para a
preservação ambiental.
Palavras-chave: logística reversa; descarte de medicamentos; gestão de resíduos.
Reverse logistics of medications: structure in the pharmaceutical retailing
Abstract: Unused or expired medications offer environmental and public health risks when
improperly discarded in the trash and the toilet or sink. The legislation is intended only for health
facilities, and does not address the disposal of waste medicines by the population at the
household level. Reverse logistics is proposed to restore the business sector drug residues
environmentally safe disposal. This study aimed to describe the framework for reverse logistics
available to the consuming public in drugstores. Four pharmacies were surveyed, each belonging
to large chains of retail pharmacy in Brazil. The drugstores were investigated in operational,
economic, institutional and educational spheres. It was found that the RL actions of drugs are
partially applied, it is not always reach all drugstore networks. There is lack of availability of
specific equipment for disposal of these wastes and information on environmental education for
the population. Upon sale of medicines guidelines on the disposal of these are not covered and
environmental education campaigns are isolated. This study enabled the thinking of the potential
of reverse logistics of drugs as a contributor to the environmental education of the population and
environmental preservation.
Key-words: reverse logistics; drugs; medications disposal; waste management.
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INTRODUÇÃO
Medicamentos são produtos farmacêuticos com finalidade profilática, curativa, paliativa
ou para fins de diagnósticos, e são disponibilizados aos consumidores através do varejo
farmacêutico. Contudo, o descarte de medicamentos não utilizados ou vencidos pode ser
prejudicial ao ambiente e à saúde pública (WHO, 1999).
No Brasil, a NBR 10.004 (ABNT, 2004) classifica os resíduos sólidos quanto à sua
periculosidade, e inclui os resíduos de medicamentos na Classe I – perigosos, com riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. Os medicamentos vencidos ou não utilizados são
considerados como resíduos de serviços de saúde, segundo a Resolução ANVISA RDC n. 306
(BRASIL, 2004) e a Resolução CONAMA 358 (BRASIL, 2005). Assim, a legislação é
direcionada somente para os estabelecimentos de saúde, sem tratar do descarte de resíduos ou
medicamentos pela população. A Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 1998) aborda o
desenvolvimento científico e tecnológico do segmento farmacêutico, a reorientação da assistência
farmacêutica e o uso racional de medicamentos, mas também não trata especificamente dos
resíduos gerados e seu gerenciamento.
O descarte inadequado de fármacos adquire relevância maior frente ao crescente consumo
de medicamentos pela população. Em 2013, por exemplo, no mercado farmacêutico brasileiro
foram vendidas quase três bilhões de unidades (caixas) de medicamentos em farmácias
(SINDUSFARMA, 2014).
A origem dos medicamentos em desuso em poder da população, vencidos ou não
vencidos, está na dispensação de medicamentos em quantidade além da necessária para o
tratamento, e nas amostras-grátis distribuídas pelos laboratórios farmacêuticos como forma de
propaganda (EICKHOFF et al, 2009). Os meios de descarte de medicamentos mais adotados pela
população compreendem o lixo e o vaso sanitário ou pia (KOTCHEN et al, 2009; RUHOY e
DAUGHTON, 2008; VAZ, FREITAS, CIRQUEIRA, 2011). Há pouco conhecimento da
população sobre meios seguros para o descarte de medicamentos não utilizados (TONG et al,
2011; VELLINGA et al, 2014).
Repercussões ambientais relacionadas a fármacos motivam a busca por soluções para uma
destinação mais adequada deste tipo de resíduo. Em relação aos resíduos de medicamentos
utilizados pela população em nível domiciliar, essa destinação pode ser promovida pela logística
reversa, onde este tipo de resíduo é restituído ao setor empresarial para destinação final
ambientalmente segura.
A gestão de medicamentos pós-consumo passa pela necessidade de disponibilização de
equipamentos e informação ambiental para a destinação adequada dos medicamentos não
utilizados pela população. Nesse sentido, este estudo objetiva descrever a estrutura de logística
reversa no varejo farmacêutico, como contribuinte para a efetiva gestão de resíduos sólidos.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Poluição ambiental por fármacos
A presença de fármacos no ambiente e sua potencialidade de gerar impactos ambientais e
à saúde pública representam objeto de estudo nas ciências ambientais. Muitos estudos registram a
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presença de fármacos nas matrizes ambientais - águas superficiais e subterrâneas, estuários,
mares, peixes, sedimentos e solo (BU et al, 2013; KUMMERER, 2009; LIU e WONG, 2013).
Produtos farmacêuticos, PP (pharmaceutical products), e seus produtos após
metabolização no organismo (by-products) são motivos de preocupação por seu potencial de
poluição ambiental. Os PP e seus metabólitos chegam ao ambiente oriundos de descargas
domiciliares (fármacos de uso doméstico) e não domiciliares (fármacos de uso em hospitais e
indústrias e de uso veterinário). Os fármacos são liberados direta ou indiretamente nos
compartimentos sanitários ou ambientais. De forma direta, por meio de seu descarte no esgoto e
no lixo, e de seu emprego na criação de animais, como no caso de peixes (aquacultura); e de
forma indireta, por meio da liberação dos by-products das excretas humanas e animais (urina e
fezes) nas fossas sépticas, nas redes de esgoto ou diretamente no ambiente. A contaminação do
solo leva à subsequente contaminação das águas superficiais e subterrâneas (REHMAN et al,
2013; SANTOS et al, 2010; TURKDOGAN e YETILMEZSOY, 2009.
O descarte domiciliar de fármacos não utilizados ou com validade expirada diretamente
no esgoto doméstico ou no lixo adquire significante potencial de contaminação (KUMMERER,
2009; SANTOS et al, 2010; TURKDOGAN e YETILMEZSOY, 2009), envolvendo fontes
múltiplas e difusas, dificultando o tratamento de efluentes pela quantidade de substâncias
existentes e pela complexidade das interações entre elas. Os meios convencionais de tratamento
de efluentes - como sistema de lodo ativado, membrana bioreatora, processos de oxidação -
reduzem as concentrações dos fármacos, mas são incapazes de removê-los completamente
(BAKER e KASPRZYK-HORDERN, 2013; COLLADO et al, 2014; KOSMA et al, 2014). De
modo semelhante, os meios de tratamento de água – aeração, coagulação, floculação,
sedimentação, filtração, ozonização, clorificação, adsorção em carvão ativado também não
removem completamente os PP e seus derivados (HUERTA-FONTELA et al, 2011; PADHYE et
al, 2014). Por isso, resíduos de fármacos são considerados micropoluentes, isto é, estão presentes
no ambiente em quantidades na ordem de ng a μg/L, mas ainda assim, são capazes de provocar
efeitos nocivos à biota aquática (BILLA e DEZOTTI, 2007).
Diante do exposto, há várias evidências sobre a contaminação ambiental por fármacos,
que fortalecem a necessidade de gerenciamento deste tipo de resíduo.
Medicamentos na gestão de resíduos sólidos
O problema da destinação de medicamentos não utilizados destacou-se no cenário
internacional na ocasião da Guerra da Bósnia (1992-1995), em decorrência do grande volume
gerado de medicamentos vencidos, originado de doações dirigidas à população atingida. Em
1999, a Organização Mundial da Saúde publicou diretrizes sobre manejo seguro de fármacos, em
Guidelines for Safe Disposal of Unwanted Pharmaceuticals in and after Emergencies, publicação
destinada a autoridades de países com o objetivo de implantação de uma política de
gerenciamento e destinação final de medicamentos (WHO, 1999).
A maioria das iniciativas internacionais visando o descarte seguro de medicamentos,
inclusive por parte da população, data da primeira década do milênio: em Portugal, 2001, na
Espanha em 2002, nos Estados Unidos em 2003, na França em 2007. Mas existem na Itália,
desde a década de 70, no Canadá desde 1988 e na Austrália desde 1999 (HIRATUKA et al,
2013).
No Brasil, o estabelecimento de um programa adequado de descarte de medicamentos
integra a agenda regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde 2008,
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sem contemplar ainda o descarte de medicamentos em poder da população. A Lei nº
12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada por meio do
Decreto n. 7.404, de 2010 (BRASIL, 2010), também não contempla especificamente resíduos de
medicamentos domiciliares, nem aborda a responsabilidade compartilhada de cada ente da cadeia
farmacêutica, mas trata de um tema estratégico no gerenciamento de resíduos: a logística reversa.
A cadeia produtiva farmacêutica envolve um conjunto complexo de empresas e atividades de
importação, fabricação, distribuição e comercialização de medicamentos através de diferentes
canais, onde os seguintes atores estão articulados: indústrias química e farmoquímica
(fornecedoras de insumos), indústria farmacêutica (fabricante de produtos farmacêuticos),
distribuidores primários (operadores logísticos na cadeia de suprimentos que operam no processo
de expedição dos produtos da indústria farmacêutica), distribuidores secundários (dispensadores
de medicamentos aos consumidores finais) e consumidor final (usuários de medicamentos)
(HIRATUKA et al, 2013).
A logística reversa pode promover a correta destinação final dos resíduos de
medicamentos utilizados pela população em nível domiciliar, por meio da restituição desse tipo
de resíduo ao setor empresarial, que se torna responsável pela destinação final ambientalmente
adequada.
Logística reversa: canal para a gestão dos resíduos de medicamentos
Canais reversos são as alternativas de retorno ao ciclo produtivo (LEITE, 2003). A
logística reversa vem como uma nova concepção do processo logístico, sendo uma estratégia que
operaciona o retorno dos resíduos de pós-venda e pós-consumo ao ambiente de negócios e/ou
produtivo (GUARNIERI, 2011).
A logística reversa traz à tona a questão da responsabilidade perante os resíduos
produzidos e consumidos. Os segmentos da sociedade quando se apropriam de suas
responsabilidades, se posicionam e interagem, ressignificando-se na sociedade. A articulação de
todos os atores poderia conduzir a uma mudança cultural que valorizasse a sustentabilidade
(COSTA e TEODOSIO, 2011).
A articulação entre os atores da cadeia produtiva é fator essencial para a
operacionalização da logística reversa. O produto, o avanço da legislação, os elementos da
cadeia, a interação entre eles e o maior engajamento do consumidor afetam qualitativamente e
quantitativamente os produtos inseridos em programas de logística reversa (DEMAJOROVIC et
al, 2012).
Em relação à logística reversa de medicamentos, existem obstáculos como normatização,
fiscalização, capacitação de pessoal e estrutura para a captação desse tipo de resíduo. Tais
obstáculos refletem as atuais deficiências enfrentadas no gerenciamento de resíduos de
medicamentos: falta de pessoal treinado, alto custo dos processos de tratamento de resíduos, falta
de articulação e estrutura de diferentes órgãos reguladores (FALQUETO, KLIGERMAN e
ASSUMPÇÃO, 2010). Falqueto e Kligerman (2013) apontam diretrizes para um programa de
recolhimento de medicamentos vencidos para o Brasil: campanhas de sensibilização e
conscientização da comunidade, intersetorialidade entre diferentes esferas do governo,
investigação e classificação dos resíduos gerados, realização de programa piloto, minimização de
resíduos como estratégia e corresponsabilidade na cadeia de fabricação e distribuição do
medicamento.
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Portanto, a implantação de um sistema de logística reversa implica não só em
reconhecimento de responsabilidades, mas também em estabelecimento de parcerias: pressupõe o
envolvimento de fabricantes, distribuidores, consumidores e do Poder Público numa dimensão
participativa. Governo, clientes e concorrência exercem pressões positivas na postura das
empresas na implantação de sistemas de logística reversa (YE et al, 2013). Assim, políticas
públicas, a população consumidora de medicamentos e o mercado farmacêutico podem estimular
programas de logística reversa de medicamentos. Bellan et al (2012) também destacam a
fundamental participação da sociedade, das agências governamentais e da cadeia produtiva, uma
vez que participam diretamente como protagonistas neste contexto.
Em suma, o estabelecimento de um programa adequado de descarte de medicamentos
exige estratégias que sejam viáveis tanto para a população, quanto para a indústria farmacêutica e
sua rede distribuidora. A logística reversa tem potencial para prevenir e minimizar os danos pósconsumo
e preconiza a participação dos diversos elos da cadeia produtiva.
METODOLOGIA
Em relação à natureza da pesquisa, trata-se de um estudo exploratório, recomendável
quando temos pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado, não comportando
inicialmente hipóteses (SILVA, 2005). O descarte seguro de fármacos em nível domiciliar por
meio da logística reversa é um tema pouco explorado na literatura, o que justifica uma pesquisa
exploratória, frente à atual preocupação com a destinação de resíduos sólidos. Em relação aos
objetivos, a pesquisa é descritiva, na qual se busca descrever, registrar, analisar e interpretar um
fenômeno atual (MARCONI e LAKATOS, 2010). Assim, o presente estudo visa descrever a
estrutura de logística reversa de medicamentos estabelecida no varejo farmacêutico. Quanto ao
método, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e a observação direta.
Unidades de pesquisa
Foram utilizadas como unidades de pesquisa drogarias pertencentes a redes do varejo
farmacêutico na cidade de São Paulo. Foram selecionadas quatro drogarias localizadas na região
central da cidade, cada uma pertencente a uma das redes de varejo farmacêutico ocupantes das
quatro primeiras posições no Ranking 2012 das maiores redes de farmácias do Brasil, segundo o
Instituto Brasileiro de Varejo (Ibevar), publicado no site da publicação Exame (BARBOSA,
2012). As drogarias foram identificadas pelas letras A, B, C e D e estão caracterizadas no Quadro
1.
As redes de varejo farmacêutico são compostas por grande número de drogarias, presentes
em muitos estados há várias décadas. As drogarias pesquisadas estão no Centro de São Paulo por
anos e empregam em média 16 funcionários, entre caixas, balconistas, gerentes e farmacêuticos.
Um número representativo de pessoas frequenta as drogarias: cerca de 40 mil clientes são
atendidos ao mês para aquisição de medicamentos, produtos de higiene pessoal e cosméticos,
somando-se as quatro redes (segundo informações dos gestores das drogarias).
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Quadro 1 – Características da amostra de quatro redes de drogarias estudadas. São Paulo, 2013.
1 Dados disponibilizados nos sites das redes de varejo.
2 Dados informados pelos gestores das drogarias.
Instrumento de pesquisa
A partir do levantamento bibliográfico, foram destacados quatro pontos importantes na
gestão de resíduos sólidos pós-consumo: equipamentos para a inserção de produtos pós-consumo
na cadeia produtiva, custos para a gestão de resíduos sólidos, responsabilidade compartilhada dos
agentes sociais, e oferta de informações ao consumidor. Baseada nesses pontos, a proposta foi
examinar, em trabalho de campo, a estrutura de logística reversa em quatro esferas: operacional,
econômica, institucional e educacional.
Na esfera operacional foram investigados os postos para entrega de produtos pósconsumo,
quanto às suas condições e informações disponibilizadas. Na esfera econômica foram
investigados quais agentes sociais arcam com os custos da implantação da logíst ica reversa.
Quanto à esfera institucional, foram investigadas iniciativas e campanhas para logística reversa. E
por fim, na esfera educacional, foram investigados canais de informações, público-alvo,
estímulos aos consumidores e parcerias foram investigados.
O exame das drogarias foi realizado durante o mês de outubro de 2013, através de
instrumento elaborado e completamente preenchido após observação direta, durante visitas de
caráter técnico nos estabelecimentos comerciais selecionados.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A descrição da estrutura de logística reversa para a gestão de resíduos de medicamentos
disponibilizada nas drogarias pesquisadas envolveu a investigação de tópicos operacionais,
educacionais, econômicos e institucionais. Na esfera operacional foram investigados os postos
para descarte deste tipo de resíduo, quanto às suas condições e informações disponibilizadas
(Quadro 2).
Quadro 2 – Esfera operacional da logística reversa de resíduos de medicamentos nas redes de drogarias estudadas.
São Paulo, 2013.
3Posto de Entrega Voluntária
Das quatro redes de drogarias pesquisadas, apenas uma (B) disponibiliza posto de entrega
voluntária de resíduos de medicamentos em 213 drogarias (de um total de 800). Este
equipamento estava em boas condições, localizado em ponto da loja facilmente acessível ao
cliente, durante todo o horário comercial. Porém, não havia sinalização indicativa de sua
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localização. Informações sobre os resíduos de medicamentos e seu preparo para o descarte
estavam presentes no próprio equipamento, destacando compartimentos para depósito de
comprimidos; pomadas e líquidos; sprays e embalagens (caixas e bulas). No equipamento, um
computador fornecia orientações sobre o descarte e registrava pelo leitor de código de barras o
tipo do medicamento que estava sendo depositado. O sistema rastreava medicamentos
controlados, para evitar desvio e revenda ilegal. As informações registradas iam para
o “preservômetro” - índice que permite ao consumidor acompanhar quanto foi recolhido e quais
os benefícios dessa coleta para o ambiente. Este equipamento foi produzido por uma empresa de
produtos médicos.
As redes A e C não disponibilizavam postos de entrega voluntária de resíduos de
medicamentos. Funcionários informam que estes devem ser entregues ao profissional
farmacêutico, o qual será o responsável por armazenar o material que posteriormente será
conduzido ao destino adequado.
A disponibilização de equipamentos para o descarte de resíduos de medicamentos ao
consumidor é fundamental para sua destinação adequada: a adesão ao processo de logística
reversa contempla custos relacionados à instalação de pontos de coleta e à forma pela qual a
informação chegará a todos os níveis hierárquicos da sociedade, devendo existir uma relação
uniforme entre empresa e usuário (VIEIRA, SOARES, T., SOARES, L., 2009).
Quanto à esfera educacional, canais de informações, públicos-alvo, estímulos aos
consumidores e parcerias foram investigados (Quadro 3).
As drogarias A, B e C disponibilizavam informações sobre logística reversa e educação
ambiental somente para os clientes que as solicitavam. As drogarias A e C recebiam apoio da
prefeitura para a destinação correta dos resíduos recebidos. A drogaria B tinha parcerias com
laboratórios farmacêuticos para a prática de logística reversa, com o apoio de universidades e
prefeituras. Os funcionários conheciam o sistema de descarte adequado de resíduos de
medicamentos apenas na drogaria B, que possuía estrutura de logística reversa estabelecida.
Nas drogarias A e C os funcionários alegavam saber da existência da logística reversa,
mas não souberam fornecer informações específicas sobre sua prática, indicando a consulta ao
farmacêutico. Na drogaria D os funcionários não conheciam a logística reversa de medicamentos
e somente o farmacêutico indicou a entrega de resíduos de medicamentos em serviços de saúde
como destinação adequada. Em nenhuma drogaria eram fornecidas informações de descarte
adequado de medicamentos no momento da venda ou havia qualquer incentivo aos clientes que
aderissem a essa prática, tais como descontos ou brindes.
Bringhent e Günther (2011) verificaram que adequação da estrutura operacional
implantada para dar suporte ao programa de coleta seletiva e a existência de ações continuadas de
divulgação, mobilização e informação são fatores facilitadores da participação social em
programas de coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos. E são fatores que dificultam a
participação social na coleta seletiva: a falta de divulgação dos resultados, a acomodação e o
desinteresse da população, o descrédito relativo às ações oriundas do poder público, e a falta de
espaço nas residências para armazenar os resíduos recicláveis.
Gerentes encarregados de desenvolver e implantar programas de logística reversa devem
levar em conta expectativas e demandas dos clientes, o que é vital para destacar as preocupações
dos clientes e prover soluções completas para o retorno de produtos (GUENCHEV, 2009). Em
programa de logística reversa, destaca-se o papel do consumidor como ponto de partida do fluxo
reverso. O resultado do programa de logística reversa está na mudança do comportamento do
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consumidor, viabilizando o processo de retorno dos produtos pós-consumo
(DEMAJOROVIC et al, 2012).
Quadro 3 – Esfera educacional da logística reversa de resíduos de medicamentos nas redes de drogarias estudadas.
São Paulo, 2013.
O Quadro 4 trata da esfera econômica, onde foram investigados quais atores da cadeia
produtiva farmacêutica arcam com os custos da implantação da logística reversa. No caso da
drogaria B, única com logística reversa implantada, a própria rede compartilhava com cinco
laboratórios farmacêuticos a responsabilidade pelo equipamento destinado ao descarte dos
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resíduos e pela disponibilização de informações. As drogarias A, C e D não contavam com
parcerias neste sentido.
Há duas categorias de custos em relação à coleta de materiais/resíduos: espaço de coleta e
transporte. Tais custos dependem do volume de retorno de produtos, modos de transporte e nível
de serviço desejado. Sem dúvida, os custos direcionam as decisões: em um sistema de logística
reversa, aspectos econômicos estão relacionados diretamente com as decisões; o gerente necessita
saber custos de diferentes alternativas para sua tomada de decisão (LAMBERT et al, 2011).
Shaik e Abdul-Kader (2014) apontam que o desempenho de um sistema de logística
reversa, no sentido de quantificar a eficiência e a efetividade das ações, deve ser visto sob seis
perspectivas: financeira (custos envolvidos), processos internos e externos (fluxos estabelecidos),
stakeholders (envolvidos), inovação (desenvolvimento de novas operações), ambiental
(atendimento às regulamentações) e social (expectativas da comunidade e sociedade).
Quadro 4 – Esfera econômica da logística reversa de resíduos de medicamentos nas redes de drogarias estudadas.
São Paulo, 2013.
Iniciativas e campanhas para logística reversa foram investigadas na esfera institucional
(Quadro 5). A drogaria B, única que possuía estrutura estabelecida para logística reversa,
apresentava campanha para o descarte adequado dos resíduos de medicamentos. O programa
chamado “Descarte Consciente” oferecia equipamentos para o recebimento de resíduos de
medicamentos em 213 drogarias. A rede C realizava anualmente um evento esportivo onde
informações de educação ambiental e de logística reversa eram transmitidas aos participantes.
Quadro 5 – Esfera institucional da logística reversa de resíduos de medicamentos nas redes de drogarias estudadas.
São Paulo, 2013.
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Mazzarino et al (2013) verificaram que moradores incluem-se como responsáveis
pelos resíduos, apenas como produtores destes e não como participantes ativos dos problemas
ambientais gerados a partir dos seus descartes diários. É necessária a ampliação dos espaços de
circulação de informação ambiental para além da mídia e da escola e que esta seja contínua e
ocupe os espaços públicos de encontro comunitários. Os problemas ambientais contemporâneos
solicitam a participação de todos para que atitudes mais sustentáveis se integrem cada vez mais
no cotidiano da sociedade. Na questão dos resíduos sólidos, seria importante desenhar os bens e
serviços de modo que possam contribuir para uma mudança de comportamento no consumidor
(FELDMANN, 2012).
A atual estrutura de logística reversa de medicamentos é caracterizada, em geral, pela
unilateralidade das ações dos atores: ou depende da iniciativa por parte do consumidor, o qual
tem de se interessar espontaneamente pelo assunto e procurar meios e locais disponíveis para o
descarte, ou depende da iniciativa por parte do varejo farmacêutico, o qual tem que dar conta de
informar, conscientizar, recolher, controlar e destinar resíduos, quase sem articulação com os
demais entes da cadeia produtiva. Assim, a estrutura não está integrada às práticas de produção e
consumo da sociedade e, tão pouco contribui para mudanças de comportamento no cotidiano dos
consumidores e das empresas. É claro que as ações existentes são válidas, mas estão
desconectadas entre si.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo foi direcionado à gestão de resíduos de medicamentos no varejo farmacêutico.
Foram descritos os equipamentos e informações de logística reversa disponíveis ao público
consumidor em drogarias. Verificou-se que a logística reversa de medicamentos é praticada por
três das quatro grandes redes de varejo farmacêutico incluídas neste estudo. Essa prática é
parcial, pois nem sempre atinge a totalidade das drogarias da rede. Existe uma carência de
disponibilização de equipamentos para o descarte específico destes resíduos e de informações de
educação ambiental para a população. Há o desconhecimento destas informações inclusive pelos
funcionários das drogarias, onde somente os farmacêuticos detêm esse conhecimento. No
momento da venda dos medicamentos as orientações sobre o descarte destes não são
contempladas. As campanhas de educação ambiental para a população são pontuais.
Foi identificado que a participação dos laboratórios farmacêuticos na prática de logística
reversa de medicamentos é tímida. Os órgãos públicos apoiam as iniciativas do varejo. Destacouse
também o despreparo dos funcionários que atendem diretamente o público consumidor e a
necessidade de ampliação das informações de práticas ambientalmente corretas.
O presente estudo possibilitou a reflexão das potencialidades do varejo farmacêutico
quanto ao pós-consumo, como contribuinte para a educação ambiental da população e para a
preservação ambiental. Postos de coleta, ou serviço de recebimento de resíduos, e divulgação de
informações aos consumidores são fundamentais para a implantação de sistema de descarte de
medicamentos. Outro ponto essencial é a articulação entre produtores, distribuidores e
consumidores: inclusive, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) cita a inclusão de todos
os atores sociais quando se refere à responsabilidade compartilhada pela gestão de resíduos.
Parcerias entre laboratórios farmacêuticos e órgãos públicos são as bases para a logística reversa
de resíduos de medicamentos.
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As limitações deste estudo estão relacionadas à quantidade de drogarias
pesquisadas: o varejo farmacêutico é um segmento muito amplo com imensa variedade de redes,
e somente quatro redes pesquisadas são pouco representativas deste universo. Sem esquecer a
quantidade de drogarias independentes e não vinculadas a redes.
A tomada de consciência sobre as questões ambientais requer da sociedade visão ampla
sobre o cotidiano e reflexão sobre o estilo de vida e as escolhas adotadas. Nesse contexto, as
práticas de descarte de resíduos, inclusive de resíduos de medicamentos, adquirem relevância ao
serem incorporadas em sistema de logística reversa.
Minimizar os impactos ambientais decorrentes da geração de resíduos de medicamentos
requer a reflexão sobre as dimensões do consumo, disponibilizadas em parte pelo varejo
farmacêutico, e também o entendimento das dimensões do que vem a seguir ao consumo: o pósconsumo.
Pensar no pós-consumo significa pensar em caminhos de retorno para os produtos já
utilizados, que são as bases da Logística Reversa – importante prática de Gestão Ambiental.
REFERÊNCIAS
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classificação. Rio de Janeiro, 2004.
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developments. Science of the Total Environment, v. 454–455, p. 442–456, 2013.
BARBOSA, D. As maiores redes de farmácias do Brasil segundo o Ibevar 2012. Disponível
em: https://exame.abril.com.br/negocios/noticias/as-maiores-redes-de-farmacias-do-brasilsegundo-
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BELLAN, N; PINTO, T. J. A; KANEKO, T. M; MORETTO, L. D; SANTOS JUNIOR, N.
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https://www.abrelpe.org.br/biblioteca_legislacao_detalhe.cfm?BibLegislacaoID=984 Acesso em:
30 jun. 2013.
XVI ENGEMA 2014
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