Logística e desaceleração da China: desafios do agro

26/11/2015 13:34

Nesta quinta-feira, 26, realiza-se em São Paulo o fórum Summit Agronegócio Brasil 2015, com discussões sobre o protagonismo do Brasil no cenário mundial da produção agrícola. Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo, compareceu à abertura e afirmou que esse é o momento de pisar no acelerador da exportação aproveitando o dólar alto. Como solução para os problemas de logística no Estado, ele mencionou o papel do Rodoanel de desviar o trânsito de caminhões da cidade e os planos para construção do Ferroanel, que deve ligar a região do aeroporto de Cumbica ao Porto de Santos.
 
No primeiro painel, “Brasil: celeiro do mundo”, José Vicente Caixeta Filho, professor titular da Esalq, bateu na mesma tecla que Alckmin e disse que o grande desafio do país é diminuir custos, o que implica investir no transporte ferroviário e hidroviário. “As filas nos portos nos fazem lembrar que hoje os caminhões são verdadeiros depósitos sobre rodas”, afirmou. Quanto ao setor portuário, Caixeta elogiou o desempenho do escoamento pelo Arco Norte, destacando o potencial do Terminal do Maranhão (Tegram), pelo qual foram exportadas mais de 3 milhões de toneladas de grãos em 2015.
 
Blu Putman, economista chefe da Bolsa de Chicago, marcou presença em vídeo e discutiu a posição de grandes economias no setor agrícola, o que interfere no desempenho dos emergentes. Durante sua apresentação, afirmou que a economia norte-americana não vai crescer mais de 2 ou 2,5% ao ano a curto prazo. As razões citadas por ele são a estagnação da parcela da população que corresponde à força de trabalho e o aumento do número de aposentados. Ele também lembrou da China, dizendo que não dá para falar de economia global e commodities sem falar do gigante asiático.
 
Desaceleração - “A China está passando por uma desaceleração no crescimento que já foi de 10 e 11% ao ano e nos dois próximos anos não deve passar de 5 ou 6%. Em 2020, a previsão seria de não mais de 3%, segundo Plutman. “A China fez um ótimo trabalho de modernização da sua economia e a desaceleração é o preço que está pagando por ter sido tão bem-sucedida”. Agora, é observado um movimento de migração da população do campo para a cidade acompanhado do envelhecimento da população. De acordo com Putman, 12% dos chineses têm hoje 65 anos ou mais, percentual que deve chegar a 25% em 2020. “O mundo está crescendo a passos lentos e para um grande exportador, como é a China, isso impacta muito na economia”, completou. Do lado de cá, a América Latina precisa se preparar para o impacto da desaceleração de um grande cliente.

Outro fator que deve mexer com o preço das commodities agrícolas, segundo Putman, é o El Niño, cujos efeitos já estão sendo sentidos este ano e devem deixar alertas quanto à chegada do La Niña. “Os dois fenômenos têm efeito diametralmente oposto e se estamos passando por um super-El Niño é prudente se preparar para um forte La Niña”, disse o  economista chefe da Bolsa de Chicago.

Fonte: www.portaldbo.com.br/Agro-DBO/Noticias/Logistica-e-desaceleracao-da-China-desafios-do-agronegocio/14727


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