Logística aplicada à organização pública. - Aluna Adriana Santos
A gestão eficiente do fluxo de bens e serviços do ponto de origem ao ponto de consumo requer de maneira seqüencial, o planejamento, a programação e o controle de um conjunto de atividades que reúnem: insumos básicos (matérias-primas); materiais em processamento; materiais acabados; serviços e informações disponíveis. Como resultado da administração destas atividades gera-se o movimento de bens e serviços aos clientes (cidadão/usuário), havendo como decorrência a geração das chamadas utilidades de tempo e/ou de lugar, que por sua vez são fatores fundamentais para as funções logísticas. Para a administração pública, tanto recursos quanto o público-alvo organizacional estão espalhados em áreas de distintos tamanhos, além da diversidade sócio-cultural dos residentes locais. Esse é o problema que a logística têm a missão de resolver. Ou seja, diminuir o hiato entre o resultado do processo de transformação da organização e a demanda, de modo que os consumidores (cidadão-cliente/sociedade/usuário) tenham bens e serviços quando e onde quiserem, na condição que desejarem, e com o menor custo
Uma das formas para conceituar a Administração é sendo como um processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar os objetivos organizacionais.
Uma organização pública também realiza esse processo. KOHAMA, 2006, p. 09, expressa que "No setor estatal, administrar é gerir recursos públicos. Ou seja, significa não só prestar serviço e/ou executá-lo, como também, dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil para a sociedade". Como resultado da administração destas atividades gera-se o movimento de bens e serviços ao público-alvo organizacional, havendo como decorrência a geração das chamadas utilidades de tempo e/ou de lugar, que por sua vez são fatores fundamentais para a aplicação das funções logísticas na organização, tanto pública quanto privada.
Para BALLOU, 1993, p. 23, a logística empresarial associa estudo e administração dos fluxos de bens e serviços e da informação associada que os põe em movimento. O objetivo é vencer o tempo e a distância na movimentação de bens e/ou na entrega de serviços de forma eficaz, eficiente e efetiva.
Na organização pública, a missão do gestor é estabelecer o nível de atividades logísticas necessário para atender ao público-alvo organizacional no tempo certo, no local certo e nas condições e formas desejadas, de forma economicamente eficaz, eficiente e efetiva no uso dos recursos públicos.
O objetivo deste artigo é estabelecer uma relação entre os princípios logísticos com os instrumentos legais/normativos vigentes, julgados preponderantes, para as atividades funcionais do gestor público e para os processos administrativos de uma organização pública.
Este artigo está dividido, além da introdução e da conclusão, em mais três sessões. A primeira sessão trata da Visão Holística e Enfoque Sistêmico da Logística, destacando os dispositivos legais/normativos para a administração pública, julgados básicos, e relacionando as idéias neles contidas com a ótica holística e sistêmica da logística. A segunda sessão aborda as áreas da logística na organização, procurando caracterizar a integração das atividades da administração de materiais (logística de suprimentos) com as da logística organizacional (processo produtivo organizacional), com a logística de saída (distribuição de material e/ou prestação de serviço) e com o retorno/descarte de material (logística reversa) e suas relações com os princípios logísticos. A terceira sessão trata das Funções Logísticas, sua aplicação nas atividades organizacionais e suas respectivas caracterizações nos dispositivos legais/normativos vigentes. Em conclusão, pode-se perceber que a administração pública está regulada por normas legais dotadas de conceitos e técnicas logísticas, em conseqüência, cabe ao gestor público estabelecer relação entre esses dispositivos com a técnica logística, visando um entendimento e aplicação adequada nas atribuições inerentes ao cargo desempenhado e nas atividades administrativas de sua instituição.
BALLOU. R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. Y. Yoshizack. São Paulo: Atlas, 1993.
BALLOU. R.H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.