Alianças: É o que a Logística Requer- Gabriela Marinho
Alianças: É o que a Logística Requer
A precisão dos custos e a competição que resultam da globalização dos mercados forçaram as empresas a fazer mudanças radicais.
O modelo de cooperação é muito complexo. Começa quando diversas empresas, cada uma com sua própria identidade, história e cultura empresarial, reúnem-se para realizar negócios no mundo dos negócios. A fase seguinte é entrar em rede com as empresas parceiras.
Existem muitas formas diferentes pelas quais as empresas se unem. Primeiro, as empresas devem prosperar no nível humano, em segundo lugar precisam não estar em competição direta com a outra. Estas cooperações sempre serão bem sucedidas se trouxerem vantagens para todos aqueles envolvidos ou se, juntas, são capazes de afastar algum tipo de situação ameaçadora, isto é, qualquer empresa que deseja se tornar membro de uma rede só por uma viajem logo será desmascarada como aventureira e será convidada a sair da rede.
Qualquer cooperação que seja bem sucedida no mercado exige que cada parceiro se comprometa tanto financeiramente quanto idealmente, de acordo com as suas habilidades.
Há uma coisa a ser dita, a de que o sucesso de qualquer cooperação também depende de o quanto ativamente cada parceiro individual, isto é, empresa, molda a sua visão do negócio. Cada parceiro precisa assegurar que a visão será praticada. O "modus operandi" de cada cooperado é virtualmente idêntico. Uma série de pré-condições básicas e técnicas deve ser estabelecida, de modo que a qualidade do serviço necessário seja satisfeita.
A cooperação com empresas de mentalidade similar é certamente uma avenida repleta de esperanças que as empresas deverão explorar.
Nos últimos anos, as empresas concentraram-se principalmente na racionalização dos processos de produção. Hoje, a ênfase está mais na otimização e no aumento da eficiência de todo o fluxo de materiais dentro da empresa e na cadeia de suprimentos. A logística está em evidência e a estratégia é o uso efetivo dos recursos de comunicação e tecnologias de informação.
Com os mínimos prazos de entrega impostos pela montadoras e com os subcontratados, as operações de repor a cadeia de suprimentos estão cada vez mais difíceis de gerenciar.
Enfrentando as ameaças dos clientes em trocar de fornecedor, a direção das empresas deve incorporar a logística. Isto significa, entre outras coisas, que todas as atividades logísticas podem ser consideravelmente melhoradas com o auxílio da tecnologia. Ao longo da cadeia logística, os processos são organizados de tal forma que os resultados e, portanto, os serviços prestados pela logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços expressas pelos cliente. O uso da tecnologia da informação não somente torna mais fácil realizar estas metas: mais e mais está se tornando um pré-requisito essencial. Vejamos alguns exemplos.
- EDI/EDIFACT, Intercâmbio Eletrônico de Dados, fornece resultados otimizados ao longo de toda a cadeia logística, acelerando o fluxo tanto das informações quanto dos produtos. Os padrões EDIFACT foram reconhecidos e regulam detalhadamente o intercâmbio de mensagens, por exemplo, pedidos, faturas e pagamentos. O que é mais, a condição dos produtos transportados pode ser controlada sempre com o auxílio de EDI e das redes que operam mundialmente.
- GPS, Sistema de Posicionamento Global, utiliza tecnologia de satélite para localizar, com precisão, a posição dos veículos e otimizar seu desdobramento por meio da utilização do veículo melhor posicionado em cada caso para executar um pedido. Ao mesmo tempo, os veículos também são monitorados, de modo que a rápida intervenção é possível, no caso de roubo.
- A leitura por scanner é considerada como uma tecnologia experiente e testada e, atualmente, é utilizada na forma de códigos de barras no ponto de venda. Todo o fluxo de produtos pode ser diretamente controlado do mercado e do cliente. Os códigos de barra apresentam uma qualidade melhor de rotulação e evitam erros, o que, por sua vez, resulta numa automação do processo mais eficiente.
- As comunicações móveis fornecem comunicação direta da matriz da empresa aos veículos individuais, o que significa que os pedidos podem ser transmitidos diretamente ao motorista. No planejamento do transporte, as atividades de suprimentos podem ser combinadas com as atividades de frete, por exemplo, por meio do acoplamento da entrega ao cliente à coleta de produtos de um fornecedor localizado próximo do cliente. As comunicações são feitas não somente pelo telefone; com tecnologias interativas como televisão e computador, oferecem novas oportunidades atraentes para simular e otimizar a logística numa empresa virtual, por exemplo.
- A Internet e outras redes globais transmitem eletronicamente as informações que, no passado, tinham que ser remetidas via papel. Estas redes também tornam possível ligar clientes e os parceiros empresariais diretamente ao próprio sistema de comunicações da empresa, garantindo, portanto, um fluxo de informações rápido e sem complicações. Estas mesmas redes também são utilizadas para o controle eficiente dos fluxos de valor utilizando a "Transferência Eletrônica de Fundos ao Ponto de Vendas" (EFTPOS), tornando o dinheiro um meio de pagamento supérfluo a longo prazo, à medida que as empresas são capazes de operar exclusivamente com o dinheiro virtual.
Os novos campos de aplicação da tecnologia de computador e comunicações residem, em particular, na logística de transporte e na logística no seu senso mais estreito. Há uma demanda crescente para disponibilidade de informações rápidas e precisas para fornecer uma resposta flexível e orientada ao cliente. Novos conceitos logísticos, baseados na cooperação mais próxima entre cliente e fornecedor, resultam num intercâmbio de funções entre parceiros, como, por exemplo, na inspeção dos produtos que entram, substituída pela inspeção final do fornecedor.
Não há dúvida de que o uso de diferentes soluções de comunicações e tecnologia de computador podem levar mais eficiência para dentro da empresa.
Atualmente, com as novas instalações de computador na tecnologia de informação é possível responder mais efetivamente ao mercado em relação às necessidades de seus clientes.
A logística deve ser compreendida como o uso do planejamento e da programação do fluxo de produtos por toda a cadeia de suprimentos. A logística como um todo pode ser subdividida em logística da produção, suprimentos e de distribuição.
Logística da Produção
A logística de produção acompanha o fluxo do pedido desde o Plano-Mestre de Produção (MPS) através dos pedidos. Esta área é mencionada como Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP). Como uma subseção da logística, o PPCP é uma área tradicional de aplicação para computadores nas fábricas. Isto devido ao alto volume de informações que serão processadas sobre listas de materiais, planos de roteirização e pedidos, bem como o alto nível de complexidade envolvido no planejamento das necessidades de materiais e da capacidade.
Logística de Suprimentos e Distribuição
Logística de Suprimentos e Distribuição abordam o planejamento e a programação envolvidos no acompanhamento do fluxo de produtos entre a empresa e seus parceiros, fornecedores e clientes externos. O termo produtos refere-se aos fatores de produção que serão utilizados e inclui não somente os produtos materiais, mas, também, recursos financeiros e serviços.
Reinaldo A. Moura,
diretor da IMAM Consultoria Ltda., de São Paulo.
Tel. (0--11) 5575 1400 imam@imam.com.br