A partir da década de 90, a gestão empresarial conscientiza-se para a importância do processo produtivo com elevado padrão de eficiência operacional. A busca pela diferenciação e o estabelecimento de vantagens competitivas, impõem as empresas à verificação de alternativas capazes de driblar as estratégias dos concorrentes. Este momento coloca a logística no centro das tomadas de decisão empresarial, uma vez que o gerenciamento estratégico, de forma eficiente e eficaz, dos fluxos de materiais e informações desde o fornecedor até o cliente final se torna crucial ao processo produtivo.[quote_box_center]Esta reflexão leva a uma pergunta: quais os motivos para a logística ser considera como a estratégia mais oportuna para satisfazer, a um baixo custo, as exigências do mercado atual? [/quote_box_center]
A eficiência considerada como um fator prático, passa a ser considerado um fator de extrema complexidade, a substituição de processos de produção em massa pelos de produção enxuta[1] e a integração com fornecedores e clientes passaram a ser questões vitais na busca da excelência empresarial.
Oportunidades são desenvolvidas com a abertura de mercados pois, haverá diversificação de consumidores e o fornecimento será ampliado, porém a distribuição e transporte dos produtos poderá se tornar um entrave devido à distância a ser percorrida até chegada ao cliente final.
Rapidez e flexibilidade deixam de ser apenas um diferencial e tornam-se obrigatoriedade. Entende-se que o um aumento dos custos de transporte devido ao trânsito à ser percorrido, e excelência operacional serão itens decisivos para análise das empresas que pretendem disputar o mercado em outras regiões.
Modelos tradicionais como o Fordismo[2], deparam-se com modelos flexíveis e customizados, que visam atender os cliente de diferentes culturas. Não podemos esquecer que empresas podem oferecer produtos semelhantes, porém a forma, rapidez e eficiência que esse produto será entregue ao destino final irá diferenciá-las.
MAS AFINAL, O QUE É LOGÍSTICA?
Logística é agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva, é uma evolução natural do pensamento administrativo. (BALLOU; 2001, p.19). Também, em sua descrição clássica, tem o objetivo de providenciar bem e serviços corretos, no lugar certo, no tempo exato e na condição desejada ao menor custo possível. (BALLOU; 2001, p.19)
As demais atividades que norteiam as negociações internacionais são importantes, porém a nota-se que atividade logística demonstra fazer a diferença em se tratar de competitividade.
A logística internacional é uma ferramenta imprescindível para a expansão do comércio exterior mundial, uma vez que pode ser utilizada estrategicamente como um diferencial competitivo nas negociações internacionais, e não somente como um mero instrumento operacional.
Conquistar ou reter mercados e clientes depende cada vez mais das habilidades de uma empresa em entender os desejos de seus clientes e a utilizar a logística adequada ao país no qual deseja- se prospectar proporcionará um custo-benefício para os empresários da área.
O desenvolvimento do comércio internacional trouxe a necessidade de modais de transportes e respectiva infra-estrutura mais ágil para atender à satisfação dos clientes. Esta realidade está alterando o quadro de gestão de materiais e também gerando conscientização de investimento para modernização no setor de transportes, para que o gerenciamento da cadeia de Supply Chain[3] torne-se um ponto estratégico dentro do comércio internacional. O poder de escolha do cliente quanto ao modal à ser escolhido, origem e destino de sua carga, incoterm[4], entre outros, é fácil entender o porque a logística internacional se tornou importante para as negociações internacionais, pois permite ao consumidor o poder de escolha entre diversas opções de preço, qualidade e tempo.
A logística internacional permite desenvolver estratégicas que visam redução de custos e aumento do nível serviço ofertado ao cliente. Entende-seque este seja o caminho escolhido por empresas que buscam vantagens sobre a concorrência. É necessário que as empresas estabeleçam uma visão abrangente de todo o processo logístico internacional que gera competitividade entre as nações e as grandes corporações mundiais. Entender a logística de seu país e desenvolver estratégias que driblem as dificuldades existentes para desenvolvimento e manutenção de seus negócios internacionais, como contratar profissionais qualificados, reduzir o lead time[5], desenvolver o Just in time[6] e Kamban, não será somente um diferencial nos próximos anos, e sim uma questão de sobrevivência no mercado internacional.
Recomenda-se que a gestão empresarial deva abordar a logística como um setor interno da empresa. Em relação à logística internacional, concluí-se e enfatiza-se sua importância para melhorar a eficiência da cadeia Supply Chain, uma vez que tornou-se uma ferramenta para garantir competitividade e gerenciamento do fluxos materiais para a excelência exigida pelo mercado consumidor, em que o lead time será a chave competitiva para o comércio internacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALLOU, R.H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo. Editora Atlas. 1995.
BANCO DO BRASIL. Termos internacionais de comércio. Disponível em: <https://www.bb.com.br/docs/pub/dicex/dwn/IncotermsRevised.pdf> Acessado em: 07.08.2012
COSTA, RODRIGUEZ, LADEIRA; Jaciane Cristina, Jorgelina Beltrán, Wagner Junior. A gestão da cadeia de suprimentos: teoria e prática. Disponível em: <https://minerva.ufpel.edu.br/~alejandro.martins/dis/gcs/material/ap.1.gcs.teoria.pratica.pdf > Acessado em: 07.08.2012
FILHO, Moacir Godinho; FERNANDES, Flavio César Faria; Manufatura enxuta: uma revisão que classifica e analisa os trabalhos apontando perspectivas de pesquisas futuras. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/gp/v11n1/a02v11n1.pdf>. Acessado em: 09.08.2012
GOVERNO FEDERAL. Lei 8630. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8630.htm> . Acessado em: 07.08.2012
LEITE, Washington Ribeiro. Sistema de administração da produção Just in Time (JIT). Disponível em: <https://www.ietecnet.com.br/supervisores/artigos/Produ%C3%A7%C3%A3o/Sistema%20de%20Adm%20da%20Produ%C3%A7%C3%A3o/JIT.pdf>. Acessado em: 07.08.2012
POZES, Leonardo. Shipexplorer: ferramenta de análise dos efeitos dos modais de transporte. Disponível em: < https://www.ilos.com.br/web/index.php?option=com_content&task=view&id=720&Itemid=74&lang=br>. Acessado em: 07.08.2012
SILVA, Luiz Augusto Tagliacollo. Logística no comércio exterior. 2 ª Edição. São Paulo. Editora Aduaneiras . 2008
WOOD JR., Thomas. Fordismo, Toyotismo e Volvismo: os caminhos da indústria em busca do tempo perdido. Disponível em: <https://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S0034-75901992000400002.pdf>. Acessado em: 09.08.2012